Frascos de vacina da Pfizer — Foto: REUTERS/Marcelo del Pozo
A farmacêutica americana Pfizer entrega, neste domingo (26), mais 2,2 milhões de doses da vacina contra Covid-19 ao Brasil, divididas em dois voos. As aeronaves vão desembarcar no Aeroporto Internacional de Viracopos, em Campinas (SP).
Os lotes foram separados em dois aviões com 1.140.750 vacinas em cada um. O primeiro avião desembarcou às 7h49, enquanto que o segundo está previsto para 16h15. Com as entregas, a empresa encerra o cronograma que previa 8,4 milhões de doses até este domingo. Os outros envios foram feitos na terça (21), quarta (22), quinta (23) e sexta (24).
Até o momento, a farmacêutica entregou ao Ministério da Saúde 87 milhões de doses em 86 remessas. Por contrato, a Pfizer precisa entregar 100 milhões de vacinas até quinta-feira (30).
Há um segundo contrato entre Pfizer e governo federal, assinado em 14 de maio, que prevê mais 100 milhões de vacinas entre outubro e dezembro. A empresa diz que vai cumprir o cronograma de entrega total até o final de 2021.
Na quinta-feira, a Secretaria de Saúde de Campinas decidiu adotar a antecipação da segunda dose da vacina da Pfizer, conforme orientação do governo estadual. No entanto, a mudança de 12 para oito semanas entre a primeira e a segunda aplicações só vale na metrópole para os novos imunizados.
Chegada de doses no segundo voo de vacinas da Pfizer em Viracopos, em Campinas, neste domingo — Foto: UPS- ALF TV
Entregas
A Pfizer utilizou o Aeroporto de Viracopos para todas as entregas ao Brasil até agora. A primeira remessa teve 1 milhão de doses e foi recebida pelo país em 29 de abril, em cerimônia que contou com a presença do ministro da Saúde, Marcelo Queiroga.
Segundo a Pfizer, as doses enviadas ao Brasil são produzidas em duas fábricas nos Estados Unidos, Kalamazoo e McPherson, além de uma fábrica na Europa, Purrs na Bélgica.
A logística de entrega das doses ao governo federal conta com apoio da Receita Federal, Polícia Federal e da Polícia Rodoviária Federal. Ainda no terminal de Viracopos, equipes da Receita desenvolveram um processo chamado desembaraço sobre nuvens, que permite a antecipação da conferência e liberação da carga – o processo entre a abertura da porta de carga do avião e liberação do caminhão ocorre em até 20 minutos.
Histórico
A vacina da Pfizer/BioNTech foi alvo de recusa e polêmicas dentro do governo federal. Ainda no ano passado, três ofertas formais para venda de 70 milhões de doses foram feitas pela empresa e ficaram sem resposta do Ministério da Saúde.
Também em dezembro, o secretário de Vigilância em Saúde do Ministério da Saúde, Arnaldo Medeiros, descartou a compra da vacina por causa da exigência de armazenamento em baixas temperaturas.
A vacina foi a primeira a obter registro sanitário definitivo pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), em fevereiro deste ano.
O imunizante pode ser aplicado em pessoas a partir de 12 anos de idade, em duas doses, com intervalo de 21 dias entre elas. A vacina é a única que pode ser aplicadas em menores de 18 anos no Brasil.
Inicialmente a autorização da Anvisa permitia o uso a partir de 16 anos. Mas o órgão autorizou a mudança na bula da vacina no país. Entretanto, ainda não há perspectivas de vacinação dessa faixa etária no Brasil.
A ampliação da idade em adolescentes foi aprovada depois de a Pfizer apresentar estudos que indicaram a segurança e eficácia da vacina para este grupo. Os estudos foram desenvolvidos fora do Brasil e avaliados pela agência.