Carta Aberta dos (as) Assistentes Sociais do Ceará em Defesa da Vida

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No inicio de abril de 2021 o Brasil ultrapassa mais de 322 mil mortes por covid-19, chegando a perder mais de 4 mil pessoas em 24h. Esse alarmante cenário tem sido gestado politicamente pelo governo, por meio do descaso e banalização da vida humana.

No Brasil, as medidas tomadas caminharam na contramão das recomendações da Organização Mundial da Saúde, onde o governo federal ridicularizou e desestimulou até as medidas mais simples, tais como o uso de máscara, distanciamento social, higienizar correta e constante das mãos entre demais medidas utilizadas para prevenção e proliferação de contágio do vírus.

A postura do governo federal, além estarrecedora, revela-se como descaso, negacionismo, uma vez que descumpre seu papel em facilitar o acesso às vacinas que já estavam disponíveis para os países desde de dezembro de 2020, agiu de forma irresponsável promovendo boicote sistemático para a compra de vacinas, dificultando, inclusive, diplomaticamente as negociações internacionais para aquisição de insumos que favorecessem ao Instituto Butantã e à Fiocruz a produção desta que é, mundialmente aceita, como a única solução definitiva.

Compreendemos que para além da questão de saúde pública que se agrava cotidianamente no Brasil, temos ainda, na grande maioria dos Estados brasileiros, o agravamento da questão social, uma vez que é expressivo o número de pessoas que estavam sobrevivendo com o Auxílio Emergencial, por se tratar, em sua maioria da parcela da população que vive do emprego informal e subemprego, amargando ainda o desemprego em massa, com a redução do emprego formal, presente e gradual para agudização da situação de pobreza e das péssimas condições de trabalho e de vida desta parcela substantiva da população brasileira.

Diante disso, nós assistentes sociais, repudiamos a inoperância do governo federal com o povo brasileiro e a ausência de ações efetivas contra a pandemia da Covid-19, como também os ataques feitos ao Sistema Único de Saúde (SUS) . Ademais, compreendemos que é necessário cada vez mais transformar nosso repúdio em práticas profissionais e intelectuais críticas, comprometidas com nosso projeto ético-político que estão na direção de uma sociabilidade mais justa, portanto, de políticas públicas sociais efetivas no combate a miséria, que tem voltado a assolar o Brasil, assim como no combate à pandemia da covid-19.

Por fim, reivindicamos medidas efetivas e urgentes já amplamente apontadas pelas autoridades sanitárias e movimentos sociais, quais sejam: vacina para todos; medidas de redução da inflação dos produtos alimentícios; de saúde e higiene; além da implementação de uma política pública de Estado de Renda Básica a população em situação socioeconômica de pobreza; uso de máscara; isolamento social para evitar o contágio; projeto de emenda constitucional alternativo e sobreposto a emenda constitucional n°95/2016 que congela os gastos por 20 anos, pois não há políticas públicas sociais efetivas sem destinação de recursos orçamentários.

Pela vida! Fora Bolsonaro!