Entre 2.016 entrevistados, 41% acreditam que a economia vai piorar e 28% acham que a situação fica como está
A expectativa da maioria da população brasileira com a economia do país em 2021 é de que não haverá melhora. É o que mostra pesquisa do instituto Datafolha, divulgada nesta segunda-feira (4) pelo jornal Folha de S.Paulo.
Para 69% não haverá recuperação neste ano. Entre todos os entrevistados, 41% acreditam que a economia vai piorar e 28% acham que a situação fica como está. Os dois segmentos somam os 69%. Isso significa que quase sete entre cada 10 brasileiros mantêm previsões pessimistas para o ano. Os que acreditam que vai melhorar somam também 28%.
Esses resultados praticamente repetem pesquisa sobre o mesmo tema feita pelo Datafolha em agosto. Já em relação a pesquisa realizada em dezembro de 2019, houve aumento entre os que acham que a economia vai piorar: antes, eram 24%. Entre os que defendem que tudo fica como está, houve uma pequena queda. Eram 31% e agora são 28%.
Questionados sobre a perspectiva para sua própria situação econômica, 22% dizem que vai piorar, 46% avaliam que ficará como está e 31% esperam uma melhora. Em agosto, eram 19% (piora), 49% (ficar como está) e 30% (melhora).
A pesquisa ouviu, por telefone, 2.016 pessoas. A margem de erro é de dois pontos percentuais.
“Para 2021, as expectativas do mercado financeiro são de retomada do crescimento, após a contração da economia registrada em 2020 por causa da pandemia. Esse crescimento, no entanto, não será suficiente para repor as perdas verificadas no ano passado, o que só deve ocorrer em 2022”, informa o repórter Eduardo Cucolo no texto de apresentação da pesquisa.
Vacinação contra a covid-19
Para o primeiro semestre deste ano, o cenário é de mais incertezas, por conta do tempo necessário para o início do programa de vacinação e da evolução da Covid-19 no país.
A redução do auxílio emergencial pela metade, por exemplo, colocou a renda de cerca de 7 milhões de pessoas abaixo do nível de pobreza de até R$ 5,50 por dia em outubro de 2020, em relação ao verificado em setembro, e esse número deve subir para quase 17 milhões com a extinção do benefício, segundo estudo do pesquisador Vinícius Botelho, do FGV Ibre (Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getúlio Vargas).
A pesquisa do Datafolha mostrou que o auxílio emergencial ainda era única fonte de renda para 36% das famílias que receberam pelo menos uma parcela do benefício no ano passado.
Segundo a pesquisa, 39% dos entrevistados pediram o auxílio emergencial e 81% desses pedidos foram atendidos. Dados do governo mostram que o voucher alcançou quase 70 milhões de brasileiros.
Há também dúvidas em relação às “cicatrizes” deixadas pela crise, com a expectativa de que a retomada amplie as desigualdades vistas no país.
A retomada do emprego também é dúvida, mesmo com a geração recorde de vagas com carteira em novembro. No total, o desemprego bateu novo recorde em novembro, atingindo 14 milhões de brasileiros. A taxa de desocupação chegou a 14,2%, o maior percentual da série histórica da Pnad Covid, pesquisa do IBGE iniciada em maio para mensurar os efeitos da pandemia no país. Esse indicador considera o mercado informal de trabalho, autônomos e funcionários públicos.
FONTE: REDE BRASIL ATUAL
FOTO: Arquivo Agência Brasil