Uma homenagem do Sasec referente ao Mês do Assistente Social – Socorro Letícia Fernandes Peixoto

Socorro Letícia Fernandes Peixoto

Letícia possui 21 anos de profissão, atualmente trabalha no Hospital Geral de Fortaleza.

Acredito que, à partir de meu lugar de enunciação, como assistente social, docente, trabalhadora do SUS, mulher latina, mãe, companheira, feminista, militante, que falar da valorização da profissão representa para mim uma responsabilidade ética e individual, mas sobretudo uma breve possibilidade de expressar vozes coletivas de assistentes sociais que, dentre as rotinas e roturas cotidianas, estão inseridas nos diferentes espaços sócio ocupacionais.

A valorização do Serviço Social como profissão traz em si inúmeras necessidades e possibilidades. Talvez, a mais urgente seja a implementação real das políticas sociais públicas em sua universalidade, através do Estado e das demais instituições empregadoras. Uma segunda urgência é a melhoria das condições e situações de trabalho.

Ressalto que a profissão de Serviço Social traz uma valorosa contribuição para a sociedade, uma vez que atua diretamente nas necessidades sociais dos diversos sujeitos e populações, sobretudo, quando àqueles (as) cujo limiar da vida e morte batem à porta, através do cerceamento de seus direitos e de suas vozes. O cenário de pandemia e o empobrecimento da população usuária aliado a uma conjuntura política nacional pautada em práticas autoritárias e conservadoras solicitam de nós, assistentes sociais, que estamos trabalhando na “linha de frente”, sobretudo, no campo da saúde pública, estratégias de resistências e reflexões diárias. Os nossos valorosos atendimentos, orientações e encaminhamentos, práticas educativas, dentre tantos fazeres e saberes, são por demais importantes para o acesso aos direitos e a dignidade humana, numa sociedade de desigualdades acirradas. Somos uma profissão marcada pela subalternidade, mas também temos em nossa história conquistas e compromissos que solidificam nossos lugares.

Antes de ressaltar a importância do sindicato para a valorização da categoria, parto do pressuposto que nós assistentes sociais precisamos nos reconhecer diariamente como classe trabalhadora, portanto inserida nas sociabilidades típicas do sistema capitalista contemporâneo e periférico.

Diante disso, creio que o sindicato, mais especificamente o SASEC, no qual tenho profunda estima, sobretudo, pela atual gestão que não tem medido esforços nas lutas coletivas da categoria, tem um papel histórico e primordial como nosso representante legítimo na defesa dos direitos dos/as assistentes sociais, diante da nossa condição de trabalhadores/as.

Sindicalizar-se é dizer sim a ampliação de nossos direitos, é dizer sim à nossa organização e mobilização concreta como assistentes sociais, é apoiar a atuação nas negociações das nossas condições e situações de trabalho, enfim, é materializar o nosso Projeto Ético-político juntamente como os demais trabalhadores.

Apesar de todos os retrocessos sem limites nos quais estamos passando, acredito que nossas vozes são fortes e clamam por “um novo tempo, apesar dos castigos.” Esperançar, talvez, seja mais que um verbo, uma forte de agir e de se fazer assistente social, no trabalho, nas ruas, nas estradas, na vida.