Coronavírus: Procuradoria cobra plano de ação para favelas e periferia

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PFDC deu cinco dias para o Ministério da Saúde apresentar planejamento para enfrentar a epidemia de coronavírus em áreas pobres

A procuradora federal dos Direitos do Cidadão, Deborah Duprat, deu cinco dias para o Ministério da Saúde apresentar o planejamento para enfrentar a epidemia de coronavírus nas favelas e nas periferias. “O quadro estrutural de desigualdade existente na sociedade brasileira não pode ser potencializado em momentos de pandemia, o que significa dizer que grupos historicamente subalternizados devem merecer atenção prioritária, uma vez que já estão, especialmente em termos de saúde pública, em situação de desvantagem em relação ao restante da coletividade nacional”, defendeu.

Ela destacou que as favelas e periferias de diversas cidades do país apresentam uma situação de alta densidade populacional, com casas muito próximas e limitações estruturais para garantir o isolamento adequado em caso de contaminação pelo coronavírus. Além disso, os locais contam com baixa cobertura de saneamento básico precário, convivem com constante falta de água – como ocorre em algumas favelas do Rio de Janeiro – e quase nenhum equipamento de saúde, tornando difícil a adoção das providências recomendadas pelo Ministério da Saúde para evitar a contaminação e a transmissão do vírus.

Aperto

Apenas em Heliópolis e Paraisópolis, as duas maiores favelas de São Paulo, vivem cerca de 300 mil pessoas. Grande parte das moradias tem apenas um ou dois cômodos, contam com pouca ventilação e são compartilhadas por um número grande de pessoas. Em todo o país, são 13 milhões de pessoas vivendo em favelas, a maior parte sem acesso ao saneamento básico.

Além disso, boa parte dos moradores de favelas e das periferias são trabalhadores informais, que não vão poder deixar de realizar suas atividades cotidianas em virtude da epidemia. O que aumenta a possibilidade de contaminação e transmissão do coronavirus.

Segundo dados do Instituto Trata Brasil, 35 milhões de brasileiros não têm acesso à rede de água potável e 95 milhões não possuem coleta de esgoto em seus locais de moradia. A situação é pior na região Norte, onde apenas 10,24% da população tem acesso à rede de esgoto. No Nordeste são 26,87%, no Sudeste 78,54%, no Sul 43,93% e no Centro-Oeste, 53,88%.

FONTE: REDE BRASIL ATUAL
FOTO: Fernando Frazão/Agência Brasil

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